Qual o papel que o homem deve desempenhar no combate à violência contra a mulher? Há espaço para eles nessa luta? O advogado Carlos Mourão, integrante da Rede Nacional de Advogados e Advogadas Populares/CE, diz que “sim”. Ele esteve presente na roda de conversa do evento Marias, realizada na tarde do dia 06 de dezembro, no auditório do Centro de Humanidades III da UFC.

 

        “O papel dos homens no enfrentamento à violência é fundamental”, diz o advogado. Outros temas relevantes à roda de discussão intitulada "Homens no Combate à Violência Contra a Mulher" foram culpabilização da vítima e biologia do machismo.

 

        A mestranda em Linguística Aplicada Kélvia Menezes também participou da roda de discussões e possui uma opinião parecida com a de Carlos. “Os homens, querendo ou não, nascem num sistema em que têm privilégios, mas eu não concordo com a visão de que um homem não pode lutar por uma causa feminista”, reforça Kélvia.

        Carlos Mourão acredita que é importante a participação de todas as pessoas na luta contra violência, sejam homens ou mulheres. Sobre o machismo, o advogado afirma que mulheres e homens ditos “machistas” se apropriam e reproduzem esse discurso diluído na sociedade. “Não é porque a mulher que é machista, ela reproduz o discurso que é machista e ele tem que ser desconstruído e tem como se desconstruir isso. É difícil, mas tem”, finaliza.