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As Marias não estão sozinhas 

 

Mesmo depois de anos de luta, conquistas e vitórias, a realidade machista e patriarcal continua forte, assombrando aquelxs que desejam – e vão atrás – de uma sociedade mais justa, respeitosa e igualitária.

 

A Lei Maria da Penha, sancionada em 2006, é exemplo de uma dessas conquistas importantes. A mulher que empresta o nome à lei, a cearense Maria da Penha Maia Fernandes, foi vítima de abusos durante o casamento. A história dela é conhecida, e revela a continuidade do pensamento misógino, ainda tão intrincado na mente das pessoas, considerado quase “natural”, já que xs machistas veem a violência como consequência de um suposto mal comportamento da vítima.

 

Apesar da já citada força do patriarcado, é forte também o lado que apoia, ajuda e combate a violência e o feminicídio. O tão falado disque denúncia, por exemplo, é um aliado importantíssimo e essencial àqueles que sofrem violência de gênero. É uma medida simples, que poucos ligam diretamente a essa questão, mas que revela-se imprescindível na luta contra os abusadores, sejam eles parceiros, familiares ou desconhecidos.

 

Uma questão que amedronta muitas vítimas é como lidar com a situação após a denúncia, sendo esse um dos principais motivos do silêncio delas.  Por outro lado, as casas de apoio à mulher espalhadas pelo Brasil funcionam como centros de ajuda e suporte antes, durante e depois da violência. Em Fortaleza, o Centro de Referência e Atendimento à Mulher em Situação de Violência Francisca Clotilde, se destaca nesse tipo de atendimento. O Centro completou sete anos em março deste ano e já atendeu mais de 10.000 mulheres em sua história. Ao mesmo tempo, não deve ser ignorada a ineficiência de certos centros de assistência, que por muitas vezes são poucos e não conseguem atender a demanda tão grande de mulheres que necessitam de seus serviços.

 

A todxs nós que somos Marias, a luta é diária, cansativa, difícil e árdua. Os problemas existem e são muitos, mas há muito o que ser celebrado e muita gente ao nosso lado. 

João Gabriel de Abreu e Tréz, estudante de jornalismo da Universidade Federal do Ceará e membro da LIGA Experimental de Comunicação

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