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Ciclo de seminário discute violência contra a mulher

 

Para discutir questões de violência de gênero tem início hoje, 25, o ciclo de seminários do Marias - I Jornada para a Mobilização Social para o Enfrentamento da Violência Contra a Mulher, com o seminário “Combatendo a Violência contra a mulher”, no auditório do Centro de Humanidades III da UFC.


O seminário se dividiu em quatro eixos: “Machismo, a face brutal da Violência”, “A Construção do Sujeito 'Macho' e suas implicações na violência de Gênero no Ceará” e “PLC 3/2013 - Atendimento de Mulheres Vitimas de Violência Sexual no SUS”, mediados respectivamente por Lídia Rodrigues, do Fórum Cearense de Mulheres, Luana Carolina, estudante de Ciências Sociais e Daniele Marinho, do Coletivo Baderna.


 “A violência machista é um problema político. É político à medida que é naturalizada”, disse Lídia Rodrigues, que construiu um panorama sobre o machismo na sociedade brasileira judaico-cristã, ocidental e capitalista. A militante defendeu que o patriarcalismo é reiterado, reproduzido e recriado diariamente não só por homens, mas pelas próprias mulheres que devem ser, segundo Lídia, mais solidárias e unidas para que consigam vencer a realidade opressora em que vivem. 


Quando começa o machismo na vida de uma mulher? A construção social do “ser mulher”, para Lídia, começa mesmo antes do nascimento com os enxovais cor-de-rosa e os planos de uma família linda e grande para a menina que está por vir. Perpassa toda sua vida. Na educação, no início da infância, são ensinadas a brincar com artigos que já mostram a mulher como destinada aos cuidados domésticos. “Feminino está relacionado à natureza: é o que cuida. Masculino liga-se à força. Assim, o feminino e as características que se atribuem ao feminino são ensinadas às mulheres”, afirma Lídia. 


No último eixo, Daniele Marinho, do Coletivo Baderna, abordou o PLC – Projeto de Lei da Câmara dos Deputados-. Após ler trechos do projeto, Daniele destacou que o texto “ratifica que as mulheres têm direito ao atendimento público e legal, aos métodos contraceptivos, bem com ao aborto, em caso de estupro”. 


Daniele defendeu o PLC 3/2013 – Projeto de Lei da Câmara dos Deputados– como uma vitória das mulheres por quebrar paradigmas machistas enraizados na sociedade, como o de que as vítimas de violência sexual são culpadas pela violação, tornando lei o atendimento obrigatório e imediato às mesmas. 


Rosana Reis, estudante de jornalismo, assistiu ao seminário e declarou que discutir violência de gênero é essencial. “Eu, como mulher, me sinto diretamente atingida pelo tema e acho que toda mulher um dia sofreu ou vai sofrer violência de gênero. (O tema) é interessante pra todo mundo, independente do sexo, gênero e idade porque de certa forma atinge todo mundo. É um problema que tem que ser combatido por todos”, conclui Rosana. 

 

Texto escrito por Frida Popp, aluna de jornalismo na Universidade Federal do Ceará e membro da Liga Experimental de Comunicação. 

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